João Paulo II - O Missionário do Milênio

 

 

Primeira Parte

Breve resumo

            No trono de São Pedro, o terceiro maior pontificado da historia. Não abdicou de sua missão diante de sua saúde frágil e cumpriu até o fim a tarefa à qual se dizia predestinado: guiar a Igreja Católica para o novo milênio. Acreditava que fé sem obras é nula, e por isso rodou o planeta como mensageiro da paz. O papa global visitou 130 países, teve papel fundamental na derrota do comunismo e superou desavenças entre religiões. Liberal quando se tratava de denunciar as mazelas do capitalismo desenfreado e as injustiças sociais, conservador quando o assunto era doutrina, o polonês Karol Wojtyla deixa para seu sucessor o difícil legado de ser, além de chefe da Igreja, um líder mundial.

Cronologia

1920 - nasce em Wadovice na Polônia Karol Josef Wojtyla.

1929 - 13 de abril - morre sua mãe Emilia

1932 - Perde o irmão

1938 - Ingressa na faculdade de Literatura e Filosofia na Universidade de Jaquielônica, em Cracóvia.

1941 - Morre o pai na Segunda Guerra Mundia quando a Polônia estava sendo ocupada pela Alemanha.

1946 - 15 de novembro vai para Roma e se forma em Teologia pelo Instituto Internacional Angelicum.

1948 - Inicia doutorado em Filosofia.

1958 - Nomeado Bispo-Auxiliar de Cracóvia

1964 - Indicado para ser Arcebispo

1967 - Consagrado Cardeal

1978 - l6 de outubro é eleito Papa.

Quero ser padre

            Karol tentava levar uma vida normal durante a ofensiva alemã na II Guerra Mundial. O trabalho numa pedreira gerenciada pelos nazistas garantia-lhe bônus alimentar. Na clandestinidade, participa do grupo de teatro e atividade secreta religiosa, dirijia por Jan Tyranowsky, que tinha o objetivo de formar "discípulos" católicos que fariam a religião sobreviver ao ateísmo nazista. Embora se interessasse por ambas atividades - em 1942 - escolheu a religião.

 

Carrasco do Comunismo

            Realizou 104 viagens internacionais que fez sugir a piada nos corredores do vaticano "Deus está em toda parte, mas João Paulo II chega antes".

            O Papa João Paulo II valeu-se de sua condição de Chefe de Estado e Chefe da Igreja Católica para mudar os rumos da história, começando pelo seu próprio país a Polônia. Lá teve papel fundamental na queda do comunismo.

            A batalha ideológica contra o comunismo durou toda a década de 80. Ele agia de forma tênue, pois sabia que qualquer movimento mais ousado provocaria uma escalada militar e transformaria a Guerra Fria na Terceira Guerra Mundial. Mantinha os dados apresentados pelo governo do EUA, Ronaldo Regan, no mais absoluto sigilo. Recebia do serviço de inteligência norte-americano fotos de satélites indicando movimentações de 150 mil soldados soviéticos ao redor da fronteira polonesa e comunicados sobre decisões tomadas em Moscou.

            O triângulo Lech Walesa-Reagan-Wojtyla era uma dor de cabeça para o líder socialista Leonid Brejnev. João Paulo II tinha certeza de que o regime iria ruir porque a população não poderiam viver sem livre arbítrio, sem liberdade para praticar uma fé.

 

Mediador de Conflitos

            Depois da queda, o Papa batalhou pela reconciliação dos cristãos no Leste Europeu e no mundo.

            Em 1985 escreveu a carta encíclica, slavorum Apostoli, na qual fez uma defesa da unidade cristã na Europa e do ecumenismo entre católicos e ortodoxos.

            O respeito a outras crença foi expressado num encontro inter-religioso organizado em 1986, que reuniu 200 membros de 12 religiões, entre eles Dalai Lama, o neto de Mahatma Gandi, representantes das crenças indianas e ameríndias.

            Na Nicarágua, o papa condenou os sandinistas no poder porque tentaram criar uma igreja popular contra a hierarquia local, temendo que os países-latinos americanos tivesse o mesmo destino ao aceitarem a Teologia da Libertação, incentivada pelo brasileiro Leonardo Boff.

            Na Holanda retrucou questionamentos dos membros do clero sobre casamento de sacerdotes e ordenação de mulheres.

            Causou polêmica ao visitar no Chile Pinochet em 1987, quando foi criticado por apertar a mão do considerado o maior carrasco da humanidade, mas o papa não foi elogiá-lo mas para pedir a reconciliação nacional e o respeito aos direitos humanos, no qual o general católico ouviu com atenção o conselho implícito de transição democrática.

            Uma das questões que o papa empenhou-se foi no confronto histórico entre israelenses e palestinos. Ele consolidou as relações entre a Santa Sé e os Estado de Israel e buscou aproximação com o mundo islâmico ao receber Yasser Arafat em 1982, numa última tentativa de levar paz ao Oriente Médio.

            Abrindo canais de diálogo na Rússia e México que tinha uma constituição anticlerical de que padres não podiam sair na rua de batinas.

            Visitou Cuba em 1998, que pela primeira vez desde de 1969 não tinha um feriado em 25 de dezembro, presos políticos foram libertos e Fidel Castro participou da missa celebrada pelo pontífice. Acontecimentos impensáveis não fosse o carisma e o talento diplomático de João Paulo II.

Fonte: Revista Especial Correio Braziliense 2005

Comentários

A João Paulo2º

Sinto-me muito feliz por ao longo da minha vida ter um Papa: altamente inteligente, mesmo doente levou a sua missão até ao fim; deu grandes exemplos ao mundo; mas em antes disso tudo tinha comido o pão que o diabo amassou; nascer em guerra, ser pobre, viver numa ditadura comunista, pobre gente.

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